domingo, 27 de janeiro de 2013

Estudo Espírita

Mensagem do Espírito Joaquim Travassos, para nossa reflexão.

~*~*~*~*~

Estabelecendo paralelos entre o estudo oficial da cultura terrestre e o estudo voluntário das teses espíritas, repararemos os valores, contradições e consequências de cada um para a criatura encarnada.

Na carreira universitária, o educando frequenta aulas, desde a infância, num total aproximado de dez a dezesseis anos sucessivos de ingentes esforços; no entanto, quando alguém se dedica sozinho ao Espiritismo, durante três meses, em muitas circunstâncias já se julga realizado, sem necessidade de trabalho mais amplo...


Na instrução humana, usam-se técnica especializada, disciplina rigorosa, ordem severa e frequência assídua para todos os estudantes, e surpreendemos companheiros de atividade espírita que após lerem, anotando, aqui e ali, alguns poucos livros, se supõem com a autoridade dos pesquisadores de exceção...


Se para obter diploma de formação superior, a pessoa humana despende energia e dinheiro, submetendo-se a todo tipo de exames, provas e estágios complicados e exaustivos, para o cultivo do Espiritismo não existe nenhuma dessas dificuldades, pois até mesmo os livros são mais baratos e os templos doutrinários não cobram ingressos...


O sistema de educação intelectual experimenta a supervisão constante de inspetores, fiscais e conselhos de ensino que verificam os mínimos incidentes do currículo escolar; entretanto, nas casas espíritas, em muitas ocasiões, se um companheiro de boa-vontade assinala esse ou aquele senão, em favor da segurança da obra, muito dificilmente escapa de ser apontado à conta de elemento indesejável, corroído de obsessão...


Para graduar-se em Direito, Engenharia, Magistério ou Medicina, o aluno aplica a inteligência em observações incessantes, analisando e repetindo, frequentemente, página a página ou frase a frase, centenas de rechonchudos calhamaços, afora inumeráveis apontamentos e resumos, suplementos e apostilas de toda espécie, mas não faltam irmãos nossos que folhearam, descuidosamente, alguns magros volumes e já se sentem detentores de preciosa erudição, estacando no aprendizado...


As aquisições acadêmicas sofrem naturalmente as consequências da evolução, constituindo-se de afirmações provisórias a reclamarem, por vezes, grandes sacrifícios para se fixarem no campo do pensamento; os valores espíritas, ao contrário, vinculam-se às realidades imarcescíveis da alma, com definições morais muito mais fáceis de reter, e muito dificilmente encontram quem lhes dê maior atenção...


O homem concorre a disputadas competições para a obtenção dos títulos de idoneidade técnica que praticamente se anulam com a aposentadoria do interessado aos trinta ou quarenta anos consecutivos de serviço; todavia, quase sempre, apenas de longe em longe, esse mesmo homem encontra quinze minutos no dia para se consagrar ao estudo espírita, tranquilo e fácil, que prosseguirá, imperecedouro, caminho a fora, a iluminar-lhe o imo do próprio ser...


Todos acham vantagens no adestramento do cérebro, o que permite ao Espírito dominar o plano terrestre por algum tempo; raros veem conveniências na assimilação do conhecimento espírita que prepara a alma, a fim de que domine a si mesma, com vistas à Eternidade...

Foto: Hendrio Belfort

Valorizemos, quanto possível, o estudo humano, em louvor dos experimentos, técnicas, profissões e ciências que glorificam a civilização passageira; entretanto, prestigiemos também, e seriamente, o estudo abençoado da Doutrina Espírita, combatendo negligência e dispersão, preguiça e desânimo, destaque de superfície e esforço deficitário, para que possamos entender os Estatutos Divinos da Criação Eterna, de cuja grandeza todos participamos, sob as bênçãos de Deus.


VIEIRA, Waldo. “Seareiros de Volta”. Por diversos Espíritos. 4.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1987. Capítulo “Estudo Espírita”, pp. 118-120.