Houve um início no Universo em que vivemos? Haverá um fim? E, se houver, o que acontecerá após isso?
A ciência e as religiões buscam entender, na medida dos limites intelectual e moral da Humanidade terrestre, como o Universo foi criado. A Doutrina Espírita, em seu tríplice aspecto de ciência, filosofia e religião, reconhece que as criaturas de Deus não têm alcance para entender na plenitude os desígnios do Criador; não obstante, devem buscar evoluir e desenvolver seu entendimento. O Espiritismo, assim, analisa este tema, mormente na obra “A Gênese”.
No livro supracitado, em trecho do capítulo VI, intitulado “Uranografia Geral”, assinado por Galileu, este Espírito compartilha parte de seu conhecimento e humildemente assinala não ter ciência plena de tudo, discorrendo sobre o início do Universo. Galileu salienta haver sucessivos focos de criação, os quais trazem consequências para a posteridade dos estabelecimentos de vida, como vemos a seguir:
Galileu também lembra que, a essa sequência temporal de eventos, preside a eternidade, na qual diversos episódios de criação, por ora além de nossa capacidade de conhecimento e entendimento, ocorrem:
Segundo avaliações da radiação cósmica de fundo, efetuadas pela NASA, o Universo, como o conhecemos, existe há 13,7 bilhões de anos. A teoria do “Big Bang” diz que uma grande explosão, a partir de um ponto infinitamente denso e quente, gerou o Universo. Mas, e antes dessa grande explosão, havia algo além de Deus? E essa expansão continuará indefinidamente?
Uma teoria científica [7] afirma que o Universo, periodicamente, passa por ciclos de expansão e retração. Esta teoria havia estacionado, devido a não haver um modelamento adequado da Força de Gravidade para lhe trazer uma linguagem adequada. Com o surgimento da Teoria das Cordas (vide a postagem “A Prece (2)” e as páginas da Wikipédia sobre Teoria das Cordas e sua extensão, a Teoria-M), um entendimento mais profundo e integrado da Gravidade permitiu que a visão cíclica do Universo progredisse.
Em essência, a Teoria do Universo Cíclico afirma que:
Essa não foi a primeira vez que a Humanidade foi apresentada a essa ideia. Na cosmologia hindu, o universo também apresenta uma natureza cíclica. A unidade de medida de tempo utilizada pelos hindus é a “kalpa”, a qual equivale a aproximadamente 4,32 bilhões de anos. [9]. Na visão hinduísta, o Deus da Criação, denominado Brahma, é criado por Vishnu e tem ciclos de vida de 100 períodos, cada período correspondente a 360 “dias”, cada “dia” correspondente a duas kalpas ou duas vezes 4,32 bilhões de anos. Dessa forma, um ciclo de vida de Brahma corresponde a 311 trilhões e 40 bilhões de anos. Ordens de grandeza temporais similares foram apontadas na Teoria do Universo Cíclico.
O poder de Deus nunca se contradiz. O Universo, Princípio Material, em incontáveis períodos, oscilou entre a grandiosidade a se expandir e um humilde ponto em formação, cujas novas condições serão afetadas pelo ciclo anterior de expansão e retração. Cada ser humano, Princípio Inteligente, de forma análoga ao Princípio Material, periodicamente oscila entre uma pessoa plenamente formada e uma célula-ovo, cuja nova história do Espírito animando nova personalidade, será afetada pelas ocorrências anteriores em seus ciclos de expansão (nascimento terrestre) e retração (desenlace e preparo para uma nova reencarnação).
Vivemos em um planeta que não passa de pequeno cômodo, de modesto apartamento, em um dos edifícios da criação de Deus. Como pequena parte do todo, façamos nossa parte, praticando o Bem e, assim, trazendo implicações positivas, tanto no microcosmo de nossas existências futuras, como no macrocosmo das novas existências do próprio Universo.
Leia também, neste blog, as postagens “Por que Deus criou a nós e o Universo?”, “Fluido Universal”, “Evolução Espiritual de Longo Prazo” e “A Prece (2)”.
Bons estudos!
Carla e Hendrio
Referências:
[1] KARDEC, Allan. “A Gênese”. 34ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1991. Capítulo VI, item 11.
[2] Empédocles. “Da Natureza”, item 17. Disponível em http://www.sacred-texts.com/cla/app/app26.htm. Acesso em 10/05/2010.
[3] “Bhagavad Gita”. Tradução de Huberto Rohden. São Paulo: SP, 2004. Capítulo 9, item 7
[4] XAVIER, Francisco Cândido. “O Consolador”. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2004. Questão 17.
[5] KARDEC, Allan. “A Gênese”. 34ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1991. Capítulo VI, item 15.
[6] Ibidem, item 16.
[7] STEINHARDT, Paul J. “The Endless Universe: Introduction to the Cyclic Universe”. Disponível em http://www.actionbioscience.org/newfrontiers/steinhardt.html. Acesso em 10/05/2010.
[8] STEINHARDT, Paul J. e TUROK, Neil. “The Cyclic Universe: An Informal Introduction”. Disponível em http://arxiv.org/abs/astro-ph/0204479v1. Acesso em 10/05/2010.
[9] Observatório Nacional. “A Cosmologia dos povos antigos”. Disponível em http://www.on.br/site_edu_dist_2006/pdf/modulo1/cosmologia-povos-antigos.pdf. Acesso em 10/05/2010.
“A Natureza jamais se encontra em oposição a si mesma. Uma só é a divisa do brasão do Universo: unidade-variedade. Remontando à escala dos mundos, encontra-se unidade de harmonia e de criação, ao mesmo tempo que uma variedade infinita no imenso jardim de estrelas. Percorrendo os degraus da vida, desde o último dos seres até Deus, patenteia-se a grande lei de continuidade. Considerando as forças em si mesmas, pode-se formar com elas uma série, cuja resultante, confundindo-se com a geratriz, é a lei universal.” [1]
“Mas vide, ouvi meu discurso! Pois tende certeza, o aprendizado irá aumentar a vossa compreensão. Como eu disse antes, revelando os objetivos de meu discurso, vou contar-vos de um duplo processo. Em um tempo, este se multiplicou de modo a ser Um, a partir de Muitos; em outro momento expandiu, de forma a se tornar Muitos, a partir de Um.” [2]
“Toda vez que o ciclo de uma era cósmica termina, retorna a Natureza à sua origem; e quando o meu poder emite o verbo criador, reinicia-se o curso dos fenômenos do mundo.” [3]
“Com o tempo, as fórmulas acadêmicas se renovarão em outros conceitos da realidade transcendente, e os físicos da Terra não poderão dispensar Deus nas suas ilações, reintegrando a Natureza na sua posição de campo passivo, onde a inteligência divina se manifesta.” [4]
“Eu quero saber como Deus criou este mundo. Não estou interessado neste ou naquele fenômeno, no espectro deste ou daquele elemento. Eu quero conhecer Seus pensamentos; o resto são detalhes.” (Albert Einstein)
A ciência e as religiões buscam entender, na medida dos limites intelectual e moral da Humanidade terrestre, como o Universo foi criado. A Doutrina Espírita, em seu tríplice aspecto de ciência, filosofia e religião, reconhece que as criaturas de Deus não têm alcance para entender na plenitude os desígnios do Criador; não obstante, devem buscar evoluir e desenvolver seu entendimento. O Espiritismo, assim, analisa este tema, mormente na obra “A Gênese”.
No livro supracitado, em trecho do capítulo VI, intitulado “Uranografia Geral”, assinado por Galileu, este Espírito compartilha parte de seu conhecimento e humildemente assinala não ter ciência plena de tudo, discorrendo sobre o início do Universo. Galileu salienta haver sucessivos focos de criação, os quais trazem consequências para a posteridade dos estabelecimentos de vida, como vemos a seguir:
“O começo absoluto das coisas remonta, pois, a Deus. As sucessivas aparições delas no domínio da existência constituem a ordem da criação perpétua. (...)
O poder criador nunca se contradiz e, como todas as coisas, o Universo nasceu criança. Revestido das leis mencionadas acima e da impulsão inicial inerente à sua formação mesma, a matéria cósmica primitiva fez que sucessivamente nascessem turbilhões, aglomerações desse fluido difuso, amontoados de matéria nebulosa que se cindiram por si próprios e se modificaram ao infinito para gerar, nas regiões incomensuráveis da amplidão, diversos centros de criações simultâneas ou sucessivas.
Em virtude das forças que predominaram sobre um ou sobre outro deles e das circunstâncias ulteriores que presidiram aos seus desenvolvimentos, esses centros primitivos se tornaram focos de uma vida especial (...)” [5]
Galileu também lembra que, a essa sequência temporal de eventos, preside a eternidade, na qual diversos episódios de criação, por ora além de nossa capacidade de conhecimento e entendimento, ocorrem:
“Ainda uma vez; compreendamos melhor a Natureza. Saibamos que atrás de nós, como à nossa frente, está a eternidade, que o espaço é teatro de inimaginável sucessão e simultaneidade de criações.” [6]
Anel de matéria escura no cluster ZwCl0024+1652. Fonte: http://www.spacetelescope.org/images/heic0709a/
Segundo avaliações da radiação cósmica de fundo, efetuadas pela NASA, o Universo, como o conhecemos, existe há 13,7 bilhões de anos. A teoria do “Big Bang” diz que uma grande explosão, a partir de um ponto infinitamente denso e quente, gerou o Universo. Mas, e antes dessa grande explosão, havia algo além de Deus? E essa expansão continuará indefinidamente?
Uma teoria científica [7] afirma que o Universo, periodicamente, passa por ciclos de expansão e retração. Esta teoria havia estacionado, devido a não haver um modelamento adequado da Força de Gravidade para lhe trazer uma linguagem adequada. Com o surgimento da Teoria das Cordas (vide a postagem “A Prece (2)” e as páginas da Wikipédia sobre Teoria das Cordas e sua extensão, a Teoria-M), um entendimento mais profundo e integrado da Gravidade permitiu que a visão cíclica do Universo progredisse.
Em essência, a Teoria do Universo Cíclico afirma que:
- Espaço e tempo existem há um tempo indefinido, o qual, para nossa referência, parece ser eternamente;
- A temperatura e densidade do Universo não são infinitas em nenhum momento;
- O “Big Bang” não é o começo do tempo; antes, é uma ponte para uma era de contração preexistente;
- O Universo sofre uma interminável sequência de ciclos nos quais ele contrai em um “big crunch” e reemerge em um “big bang” de expansão, com trilhões de anos de evolução entre os mesmos;
- As atuais homogeneidade e planificação do universo, bem como sementes para a formação das galáxias, foram criadas por eventos que ocorreram antes do “big bang” mais recente.
Essa não foi a primeira vez que a Humanidade foi apresentada a essa ideia. Na cosmologia hindu, o universo também apresenta uma natureza cíclica. A unidade de medida de tempo utilizada pelos hindus é a “kalpa”, a qual equivale a aproximadamente 4,32 bilhões de anos. [9]. Na visão hinduísta, o Deus da Criação, denominado Brahma, é criado por Vishnu e tem ciclos de vida de 100 períodos, cada período correspondente a 360 “dias”, cada “dia” correspondente a duas kalpas ou duas vezes 4,32 bilhões de anos. Dessa forma, um ciclo de vida de Brahma corresponde a 311 trilhões e 40 bilhões de anos. Ordens de grandeza temporais similares foram apontadas na Teoria do Universo Cíclico.
O poder de Deus nunca se contradiz. O Universo, Princípio Material, em incontáveis períodos, oscilou entre a grandiosidade a se expandir e um humilde ponto em formação, cujas novas condições serão afetadas pelo ciclo anterior de expansão e retração. Cada ser humano, Princípio Inteligente, de forma análoga ao Princípio Material, periodicamente oscila entre uma pessoa plenamente formada e uma célula-ovo, cuja nova história do Espírito animando nova personalidade, será afetada pelas ocorrências anteriores em seus ciclos de expansão (nascimento terrestre) e retração (desenlace e preparo para uma nova reencarnação).
Vivemos em um planeta que não passa de pequeno cômodo, de modesto apartamento, em um dos edifícios da criação de Deus. Como pequena parte do todo, façamos nossa parte, praticando o Bem e, assim, trazendo implicações positivas, tanto no microcosmo de nossas existências futuras, como no macrocosmo das novas existências do próprio Universo.
Leia também, neste blog, as postagens “Por que Deus criou a nós e o Universo?”, “Fluido Universal”, “Evolução Espiritual de Longo Prazo” e “A Prece (2)”.
Bons estudos!
Carla e Hendrio
Referências:
[1] KARDEC, Allan. “A Gênese”. 34ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1991. Capítulo VI, item 11.
[2] Empédocles. “Da Natureza”, item 17. Disponível em http://www.sacred-texts.com/cla/app/app26.htm. Acesso em 10/05/2010.
[3] “Bhagavad Gita”. Tradução de Huberto Rohden. São Paulo: SP, 2004. Capítulo 9, item 7
[4] XAVIER, Francisco Cândido. “O Consolador”. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2004. Questão 17.
[5] KARDEC, Allan. “A Gênese”. 34ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1991. Capítulo VI, item 15.
[6] Ibidem, item 16.
[7] STEINHARDT, Paul J. “The Endless Universe: Introduction to the Cyclic Universe”. Disponível em http://www.actionbioscience.org/newfrontiers/steinhardt.html. Acesso em 10/05/2010.
[8] STEINHARDT, Paul J. e TUROK, Neil. “The Cyclic Universe: An Informal Introduction”. Disponível em http://arxiv.org/abs/astro-ph/0204479v1. Acesso em 10/05/2010.
[9] Observatório Nacional. “A Cosmologia dos povos antigos”. Disponível em http://www.on.br/site_edu_dist_2006/pdf/modulo1/cosmologia-povos-antigos.pdf. Acesso em 10/05/2010.
Prezados Carla e Hendrio,
ResponderExcluirMuito interessante o material divulgado. Nada acontece por acaso, ontem finalizei os estudos do Capítulo Uranografia Geral na Gêneses e fiquei refletindo... Quão infimamente pequenos somos e quão grande atenção recebemos do nosso Criador. Por precária analogia ao Universo, observando a ação da Natureza na Terra podemos vislumbrar sua transformação cíclica, renovando-se periodicamente e evoluindo sempre, contudo muitas vezes imperceptível para uma geração.
Os Espíritos Superiores já nos dizeram que muito pouco podemos compreender e conhecer do Universo. Assim, penso que ao que nos cabe compreender do Universo, nos cabe também o dever de participar. Dessa forma, entendo, que a humanidade deve contribuir para a evolução cósmica do planeta em que habita, emitindo pensamentos harmoniosos, de amor, paz e fraternidade, buscando sempre evoluir a planos mais elevados através da prática da caridade ensinada por Jesus.
Parabéns!
Bons Estudos, um grande abraço!
Ivanice.