terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Fiel no pouco

“O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!’” (Mateus 25:21)
“Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é desonesto no pouco, também é desonesto no muito.” (Lucas 16:10)
“Se, pois, não podeis fazer nem as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?” (Lucas 12:26)

Quando estamos em meio a quem busque estudar, praticar e divulgar valores cristãos, é mais fácil escolhermos o caminho do Bem. Ao enfrentarmos grandes desafios e dificuldades, é mais comum lembrarmos de pedir auxílio a Deus e a Jesus, melhorando, assim, nossa sintonia com a Espiritualidade Superior e tendo apoio espiritual para darmos nossos testemunhos de fé.


Há, porém, situações intermediárias, nas quais, se não nos mantivermos vigilantes, perdemos preciosas oportunidades de desenvolvimento de nossa fé na prática, no exercício da caridade. Frequentemente, podemos constatar que um colega ou vizinho necessita de uma palavra amiga. Quase todos os dias, pode haver um pequeno desentendimento, o qual pode ser resolvido com um diálogo assertivo e cordial. Amiúde, uma palavra grosseira a nós dirigida na via pública, por alguém em dor espiritual, pode ser perdoada sem mágoa ou vontade de revidar.


Essas pequenas oportunidades diárias de aplicarmos os valores do Cristo são nossos momentos de fidelidade no pouco, os quais nos preparam para missões mais complexas, conforme Jesus nos orienta em várias passagens, como a parábola dos talentos (Mateus 25:14-30) e a parábola das dez minas (Lucas 19:10-26).


Há pessoas que se afirmam perdidas, por não saberem qual é a sua missão na Terra. Nas parábolas acima, Jesus descreve a missão de todos nós: fazer o Bem, sempre. O Espiritismo, buscando os valores cristãos em sua essência, afirma o mesmo:

“As missões dos Espíritos têm sempre por objeto o bem. (...) Alguns desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou inteiramente locais (...). O Espírito se adianta conforme à maneira por que desempenha a sua tarefa.” [1]
Em que consiste a missão dos Espíritos encarnados?
Em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes melhorar as instituições, por meios diretos e materiais. (...) Cada um tem neste mundo a sua missão, porque todos podem ter alguma utilidade.” [2]

Criando o hábito de fazer de cada dia um conjunto de pequenas missões de auxílio a quem cruzar nosso caminho, nossa fidelidade no pouco nos permite perceber o imenso valor de cada dia de nossa encarnação e o quanto temos de oportunidades de evoluir pela prática de todas as formas de caridade, da ajuda material ao perdão, da paciência à disposição em recomeçar.


 Foto: Hendrio Belfort

Deus nos porá nas mãos grandes missões após sabermos nos desincumbir bem de pequenas e por vezes imperceptíveis missões, capazes, no entanto, de fazer valer nosso dia.

Meditemos nas palavras a seguir, de autoria de Emmanuel... [3]



Nos Caminhos da Fé


“Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai que está nos céus. – Jesus (Mateus, 10:32)
No mundo, de modo geral, habituamo-nos a julgar que os testemunhos de fé prevalecem tão-só nos momentos de angústia superlativa, quando o sofrimento nos transforma em alvo de atenções públicas.

Evidentemente, na Terra, as crises de aflição alcançam a todos, cada qual no tempo devido, segundo as lutas regeneradoras que se nos façam necessárias, no curso das quais estamos impelidos a entregar todas as energias de nosso espírito nos atos de fé. Entretanto, é preciso ponderar que somos incessantemente chamados a prestar o depoimento de confiança em Jesus, através de reduzidas parcelas de bondade e tolerância, compreensão e paciência diante das ocorrências desagradáveis do cotidiano, tais quais sejam:


a referência desprimorosa;
o olhar de suspeição;
o pedido justo recusado;
o beliscão da crítica;
a desatenção e o desrespeito;
o desajuste orgânico;
o prejuízo inesperado;
a transação infeliz;
o desafio da discórdia.


Impõe-se-nos a obrigação de confessar-nos seguidores do Cristo, por intermédio de definições verbais claras e sinceras, mas somos igualmente convidados a fazê-lo, na superação dos aborrecimentos comuns, porquanto só atravessando as diminutas contrariedades do dia-a-dia, como grandes ocasiões de revelar confiança em Jesus, é que aprenderemos a suportar as grandes provações como se fossem pequenas.




Leia também, neste blog, as postagens “Vigiai e Orai”, “O amor cobre uma multidão de pecados.”, “Espíritos missionários” e  “Amar o Próximo”.



Bons estudos!
Carla e Hendrio


Referências:
[1] KARDEC, Allan. “O Livro dos Espíritos”. 66ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1987. C
omentários de Allan Kardec à questão 569.
[2] Ibidem. Questão 573.
[3] XAVIER, Francisco Cândido. “Segue-Me!...”. Pelo Espírito Emmanuel. 7.ed. Matão, SP: Casa Editora o Clarim, 1994. Capítulo “Nos Caminhos da Fé”.