domingo, 28 de fevereiro de 2010

Considerações sobre o aborto induzido (2)

Desde junho de 1991, tramita o Projeto de Lei 1135 (http://www.camara.gov.br/Sileg/Prop_Detalhe.asp?id=16299), o qual visa a não considerar mais crime a prática do aborto. Este Projeto de Lei é apoiado pelo Decreto nº 7037, de 21 de dezembro de 2009 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7037.htm), o qual, à diretriz 9, Objetivo estratégico III, alínea g; e Diretriz 17, Objetivo estratégico II, alínea g, apoiam este Projeto e a monitoração dos serviços de atendimento ao aborto legalmente autorizado.

Parte da Justificação de tal Projeto de Lei, o qual consta na íntegra abaixo, assevera: “Ademais, é absolutamente desnecessário e desumano querer aplicar penalidade a uma pessoa que já foi forçada a submeter-se a tamanha agressão. A gestante, quando provoca aborto em si mesma ou permite que outro o faça, está tomando uma providência extrema que a violenta física, mental e, com frequência, moralmente.” De fato, pesquisas como as do Dr. Vincent M. Rue indicam importantes taxas de ocorrência de Síndrome Pós-Aborto; e o próprio texto que visa a descriminalizar o aborto indica se tratar de uma operação maléfica à mulher que a realiza. Então, como permitir que a execução de tamanho trauma seja liberada?

Projeto de Lei 1135/1991. Clique aqui para imagem ampliada do texto do Projeto.

Dr. Vincent M. Rue [1], o qual, no ano de 1981, evidenciou a Síndrome Pós-Aborto como um tipo de Transtorno do Estresse Pós-Traumático, afirma que, embora a natureza desse trauma dificulte pesquisas, 5% a 35% experimentam essa Síndrome após interromperem uma gravidez. Em suas palavras, “aqueles que negam a realidade de sua dor estão insistindo que devem se manter invisíveis por uma visão política ‘mais elevada’. Tal preço é simplesmente alto demais.”

Em 1996, Professor Joel Brind, do Baruch College em Nova York, e colegas do Pennsylvania State Medical College, efetuaram uma detalhada análise [2] da correlação entre desenvolvimento de câncer de mama e o aborto induzido. Esta equipe, metade da qual incluía pessoas favoráveis ao aborto, encontrou um aumento em 30% da chance de desenvolvimento de câncer em mulheres que fizeram aborto após sua primeira gravidez a termo (entre 37 semanas completas e 42 semanas incompletas) e de 50% em mulheres que abortaram antes de sua primeira gravidez a termo. O Dr. Brind estima que, àquele ano, entre cinco mil e oito mil mulheres desenvolveram câncer de mama devido ao abortamento, números que devem ficar entre 40 mil e 50 mil no ano de 2020. Lembramos que, no Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres [3].

Lembremos as palavras dos Espíritos reveladores à pergunta 358 de “O Livro dos Espíritos”: “Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?” Resposta: “Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.” À pergunta 359, complementam-se as orientações: “Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda?” Resposta: “Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.”

O Brasil não precisa adquirir o carma da liberação do aborto.


Leia também, neste blog, a postagem “Considerações sobre o aborto induzido”, “Considerações sobre o aborto induzido (3)” e “Considerações sobre o Aborto Espontâneo”.


Bons estudos!
Carla e Hendrio


Referências:
[1] “The Psychological Safety of Abortion: The Need for Reconsideration”. Disponível em http://www.afterabortion.org/PAR/V5/n4/Rue.htm. Acesso em 20/02/2010.
[2] “Abortion-Breast Cancer Summary”. Disponível em http://www.abortionbreastcancer.com/abc_summary.htm. Acesso em 20/02/2010.
[3] “Câncer de Mama”. Disponível em http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=336. Acesso em 20/02/2010.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Os opositores da Doutrina Espírita

“O Espiritismo proclama a liberdade de consciência como direito natural; reclama-a para os seus adeptos, do mesmo modo que para toda a gente. Respeita todas as convicções sinceras e faz questão da reciprocidade.” [1]
“De todas as liberdades, a mais inviolável é a de pensar, que abrange a de consciência. Lançar alguém anátema sobre os que não pensam como ele é reclamar para si essa liberdade e negá-la aos outros, é violar o primeiro mandamento de Jesus: a caridade e o amor do próximo.” [2]

Os seguidores de qualquer religião ou ausência dela podem ter suas ideias confrontadas por quem pensa diferente. A divergência saudável, baseada em argumentos, impele para a frente, pois nos faz aprofundar e rever nossas convicções, oportunizando aprendizado e evolução. Todavia, há a divergência, especialmente em questões religiosas, que ruma para o ataque imotivado às ideias de quem pensa diferente, a qual não traz nenhuma chance de diálogo. Afastemo-nos de tais embates, respondendo com o exemplo positivo.

A este respeito, Allan Kardec pondera [3]: “O Espiritismo se dirige aos que não creem ou que duvidam, e não aos que têm uma fé e aos quais esta fé basta; não diz a ninguém que renuncie às suas crenças para adotar as nossas, e nisto ele é consequente com os princípios de tolerância e de liberdade de consciência que professa. (...) Acolhei prontamente os homens de boa vontade; dai luz aos que a buscam, pois não tereis êxito com os que julgam possuí-la; não violenteis a fé de ninguém, nem a do clero, nem a dos laicos, já que vindes semear em campo árido; ponde a luz em evidência, a fim de que a vejam os que quiserem ver; mostrai os frutos da árvore e dai a comer aos que têm fome, e não aos que se dizem fartos. Se membros do clero vierem a vós com intenções sinceras e sem pensamentos dissimulados, fazei por eles o que faríeis pelos vossos outros irmãos: instrui os que pedirem, mas não busqueis trazer à força os que imaginam que a sua consciência esteja empenhada em pensar de modo diverso do vosso; deixai-lhes a fé que têm, como quereis que vos deixem a vossa; mostrai-lhes, enfim, que sabeis praticar a caridade segundo Jesus.”

O Bem praticado ao próximo e a si mesmo deve ser a finalidade para a qual todos devem convergir, sigam ou não movimentos religiosos. Diferenças de visão têm de ficar em segundo plano. Os versículos abaixo evidenciam isso:

Mateus 22:09-13 e Marcos 12:28-31
“Mestre, qual é o grande mandamento da Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo semelhante a este é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os profetas.”

I Coríntios, 13:13
“Mas agora permanecem estas três: a fé, a esperança, a caridade; porém a maior destas é a caridade.”

Tiago 2:26
“Pois assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta.”

Romanos 03:29-30
“Porventura Deus só o é dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, ele o é também dos gentios, se é que realmente Deus é um, o qual pela fé justificará os circuncisos, e pela mesma fé justificará os incircuncisos.”

Romanos 10:12-13
“Não há distinção entre judeu e grego; pois o mesmo Senhor o é de todos, rico para com todos que o invocam; porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo.”

O apóstolo Paulo evidencia, em I Coríntios, 13:13, que a caridade é mesmo superior à fé [4]. Tiago aponta que a fé, não seguida de obras, é morta, estéril; aponta, também, no capítulo 02, versículo 24 de sua Carta, que “(...) é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé”. Nos versículos supracitados de Mateus e Marcos, Jesus indica que é o amor a Deus e ao próximo que nos permite evoluir. E Paulo, nos trechos acima destacados de sua carta aos Romanos, afirma que Deus é o Pai de todos, e não apenas de um povo ou dos que seguem um determinado credo.

Na obra “O que é o Espiritismo” [5], o Codificador da Doutrina Espírita assevera, se dirigindo a um opositor cristão que abraça crença distinta da Espírita: "Crede, pois, em tudo que vos aprouver, mesmo na existência do diabo, se tal crença vos puder tornar bom, humano e caridoso para com os vossos semelhantes. O Espiritismo, como doutrina moral, só impõe uma coisa: a necessidade de fazer o bem e evitar o mal. É uma ciência de observação que, repito, tem consequências morais, que são a confirmação e a prova dos grandes princípios da religião; quanto às questões secundárias, ele as abandona à consciência de cada um.
(...)
Apresento claramente as questões seguintes, a quantos combatem o Espiritismo, sob o ponto de vista de suas consequências religiosas:
1.ª Quem terá melhor quinhão na vida futura — aquele que não crê em coisa alguma, ou aquele que, crente das verdades gerais, não admite certas partes do dogma?
2.ª O protestante e o cismático serão confundidos na mesma reprovação que o ateu e o materialista?
3.ª O que não é ortodoxo, no rigor da palavra, mas faz o bem que pode, que é bom e indulgente para com o próximo, leal em suas relações sociais, deve contar menos com a salvação, do que aquele que crê em tudo, mas é duro, egoísta e baldo de caridade?
4.ª Qual terá mais valor aos olhos de Deus: a prática das virtudes cristãs sem a dos deveres da ortodoxia, ou a destes últimos sem a da moral?"

Por fim, no intuito de buscar abrandar o coração dos opositores da Doutrina Espírita, bem como evitarmos qualquer sintonia na doentia vibração da desavença e contra-ataque, recomenda-se a Prece Pelos Inimigos do Espiritismo [6]:

“Senhor, tu nos disseste pela boca de Jesus, o teu Messias: ‘Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça; perdoai aos vossos inimigos; orai pelos que vos persigam.’ E ele próprio nos deu o exemplo, orando pelos seus algozes.
Seguindo esse exemplo, meu Deus, imploramos a tua misericórdia para os que desprezam os teus sacratíssimos preceitos, únicos capazes de facultar a paz neste mundo e no outro. Como o Cristo, também nós te dizemos: ‘Perdoa-lhes, Pai, que eles não sabem o que fazem.’
Dá-nos forças para suportar com paciência e resignação, como provas para a nossa fé e a nossa humildade, seus escárnios, injúrias, calúnias e perseguições; isenta-nos de toda ideia de represálias, visto que para todos soará a hora da tua justiça, hora que esperamos submissos à tua vontade santa.”



Leia, também, neste blog, as postagens “Amar os inimigos”, “Amar o Próximo”, “Hermenêutica, Exegese e Espiritismo”, “A Prece”, “A Fé” e “Sintonia espiritual”.


Bons estudos!
Carla e Hendrio


Referências:

[1] KARDEC, Allan. “Obras Póstumas”. 34ª ed. Rio de Janeiro: RJ, FEB: 1991. Primeira Parte. "Ligeira resposta aos detratores do Espiritismo".
[2] KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 2ª ed. de bolso. Rio de Janeiro: RJ, FEB: 1999. Capítulo XXVIII, item 51.
[3] KARDEC, Allan. “Revista Espírita de Dezembro de 1863”. 1ª Edição. Rio de Janeiro: RJ, FEB: 2004. “Elias e João Batista – Refutação”.
[4] KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 2ª ed. de bolso. Rio de Janeiro: RJ, FEB: 1999. Capítulo XV, item 7.
[5] KARDEC, Allan. “O que é o Espiritismo”. 26ª ed. Rio de Janeiro: RJ, FEB: 2001. Capítulo I, Terceiro diálogo: o Padre.
[6] KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 2ª ed. de bolso. Rio de Janeiro: RJ, FEB: 1999. Capítulo XXVIII, item 52.


domingo, 21 de fevereiro de 2010

Pecado — Hamartia — Peccatu

Qual a definição de pecado? Quais ações configuram pecados? Em que consistiu e o que traz de impacto a todos nós o assim chamado “pecado original”? Somos pecadores?

Em várias religiões busca-se analisar o tema. A título de exemplo, o Catecismo Maior de Westminster [1], um dos símbolos de fé do Protestantismo Calvinista, indica, à pergunta 24 (“Que é pecado?”): “Pecado é qualquer carência de conformidade com, ou transgressão de qualquer lei de Deus, dada como regra para a criatura racional”. Ocorre, porém, que a visão de “qualquer carência de conformidade” ficou sujeita a diversas interpretações e intenções subjetivas, acabando por banalizar o conceito de pecado.

Em sua acepção original, a expressão hebraica chatta’th, passando para o grego hamartia e depois, para o latim, peccatu, não indicava pecado como ofensa a Deus, mas sim qualquer tipo de erro, como errar o caminho para um endereço ou um lançamento de flecha errar o alvo.

Carlos Torres Pastorino [2] orienta: “Literalmente, ‘hamartia’ é ‘erro’ no sentido de ‘errar o alvo’ ou ‘desviar-se do caminho certo’, isto é, perder-se (no deserto, no mato), enganando-se de rumo (...)”. άµαρτιών (“hamartión”), relacionado a “hamartia”, significa erro em geral, não um pecado na acepção vigente da palavra.

Foto: Hendrio Belfort

O termo “pecador” (“hamartolós”) tem um sentido próprio em grego: “desorientado”, “errado”, isto é, “o que está fora do caminho certo”. Pastorino, a respeito da tradução dessa palavra, cita [3]: “Não dizemos ‘pecado’, nem ‘pecador’, pois estas palavras assumiram o significado específico de ‘ofensa a Deus’, como se a Divindade fosse uma criatura mutável que pudesse ofender-se, zangar-se com os homens, e depois, perdoasse, quando estes se arrependessem.”

A citação “remissão de pecados”, muito utilizada em várias traduções vigentes da Bíblia (e.g. Marcos 01:04; Lucas 01:77, 03:03 e 24:47; Atos dos Apóstolos 02:38, 05:31 etc.), vem da expressão grega άφεσις τών άµαρτιών (“aphesis tôn hamartíôn”) [4], mais propriamente traduzida por “afastamento dos erros”, e mais coerente com a lógica cristã de autodescobrimento e reforma íntima. A ideia de remir pecados traz um referencial externo, em que Deus escolhe me perdoar ou não, enquanto que me afastar do erro é um referencial interno, em que, parando de cometer um erro, reparando meus erros anteriores e perdoando os erros do próximo, me harmonizo com a Lei Divina.

Pastorino ilustra a ideia acima na interpretação da parábola da dracma perdida [5], como vê-se em Lucas 15:08-10:

“Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma não acende a candieiro, varre a casa e a procura diligentemente até achá-la? E achando-a convoca as amigas e vizinhas, dizendo: alegrai-vos comigo porque achei a dracma que perdera. Assim, digo-vos, há alegria na presença dos mensageiros de Deus por um errado que muda sua mente.”

Na interpretação de Pastorino: “No meio do desconchavo da vida e de seus atropelos, perdemos de vista a moeda preciosa de nossa ligação com o espírito. Quando percebemos — se percebemos — esse extravio, esforçamo-nos em reavê-lo, dando os passos necessários, que foram bem delineados no texto:
1º – acendemos a candeia, gesto indispensável, para quebrar as trevas densas em que estamos mergulhados, e poder vislumbrar o caminho a seguir,
2º – varremos a casa, isto é, procedemos à catarse de nossos veículos personalísticos, a fim de possibilitarmos a procura interna da moeda extraviada sem que nenhum embaraçamento no-la faça perder de vista, sem nenhum véu de poeira a possa isolar de nosso contato.
Os espíritos "Mensageiros de Deus" alegram-se quando um errado (que se extraviou do caminho certo) muda seu modo de pensar (...)”

Allan Kardec pontua, na obra “O Céu e o Inferno” [6], os passos para um efetivo afastamento do erro:

- Arrependimento
- Expiação
- Reparação

Em suas palavras: “Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação”.

A respeito do pecado original, há segmentos que afirmam que carrega-se, de geração para geração, o pecado cometido por Adão e Eva. “Adam” se refere aos seres humanos, homens e mulheres (vide “A Gênese”, capítulo XII, itens 16 a 26; e http://licoesdosespiritos.blogspot.com/2009/08/reencarnacao-na-biblia.html); e “Hava”, em hebraico, significa “vida”, não um nome próprio feminino. Em “A Gênese” [7], Kardec orienta: “A raça adâmica apresenta todos os caracteres de uma raça proscrita. Os Espíritos que a integram foram exilados para a Terra, já povoada, mas de homens primitivos, imersos na ignorância, que aqueles tiveram por missão fazer progredir, levando-lhes as luzes de uma inteligência desenvolvida. (...) A doutrina vulgar do pecado original implica, conseguintemente, a necessidade de uma relação entre as almas do tempo do Cristo e as do tempo de Adão; implica, portanto, a reencarnação. Dizei que todas essas almas faziam parte da colônia de Espíritos exilados na Terra ao tempo de Adão e que se achavam manchadas dos vícios que lhes acarretaram ser excluídas de um mundo melhor e tereis a única interpretação racional do pecado original, pecado peculiar a cada indivíduo e não resultado da responsabilidade da falta de outrem a quem ele jamais conheceu. Dizei que essas almas ou Espíritos renascem diversas vezes na Terra para a vida corpórea, a fim de progredirem, depurando-se; que o Cristo veio esclarecer essas mesmas almas, não só acerca de suas vidas passadas, como também com relação às suas vidas ulteriores e então, mas só então, lhe dareis à missão um sentido real e sério, que a razão pode aceitar.”

Em suma, incorremos em erro quando transgredimos nossa consciência, local onde Deus nos equipou com Suas Leis, conforme orientado pelos Espíritos a Allan Kardec à questão 621 de “O Livro dos Espíritos” [8]. Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” [9], um Espírito protetor envia a seguinte mensagem: “(...) Deus, em sua misericórdia infinita, vos pôs no fundo do coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência. Escutai-a, que somente bons conselhos ela vos dará. Às vezes, conseguis entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal. Ela, então, se cala. Mas, ficai certos de que a pobre escorraçada se fará ouvir, logo que lhe deixardes aperceber-se da sombra do remorso. Ouvi-a, interrogai-a e com frequência vos achareis consolados com o conselho que dela houverdes recebido.”

Jesus foi enviado por Deus à Terra para, por seus exemplos e ensinamentos, conforme as traduções mais adequadas do Evangelho, nos afastar do erro e, assim, nos salvarmos, ou seja, evoluirmos.


Leia também, neste blog, as postagens “O Bem e o Mal”, “Maus Pensamentos”, “O amor cobre uma multidão de pecados”, “Amar os inimigos” e “Considerações sobre o aborto induzido”.


Bons estudos!
Carla e Hendrio


Referências:
[1] Catecismo Maior de Westminster. Disponível em http://www.igrejareformada.ca/biblioteca/Catecismo_Maior_Westminster_1.html. Acesso em 20/02/2010.
[2] PASTORINO, Carlos Torres. “Sabedoria do Evangelho”. Rio de Janeiro, RJ: Sabedoria, 1964. Volume 5. “Falar contra o Espírito”.
[3] PASTORINO, Carlos Torres. “Sabedoria do Evangelho”. Rio de Janeiro, RJ: Sabedoria, 1964. Volume 5. “Cego de Nascença”.
[4] PASTORINO, Carlos Torres. “Sabedoria do Evangelho”. Rio de Janeiro, RJ: Sabedoria, 1964. Volume 1. “Ministério do Precursor”.
[5] PASTORINO, Carlos Torres. “Sabedoria do Evangelho”. Rio de Janeiro, RJ: Sabedoria, 1964. Volume 6. “A Dracma Perdida”.
[6] KARDEC, Allan. “O Céu e o Inferno”. 37ª ed. Rio de Janeiro: RJ, FEB: 1991. 1ª parte, capítulo VII, “Código penal da vida futura”, item 16.
[7] KARDEC, Allan. “A Gênese”. 34ª ed. Rio de Janeiro, RJ, FEB. 1991. Capítulo XI, itens 45 e 46.
[8] KARDEC, Allan. “O Livro dos Espíritos”. 1ª ed. Comemorativa do Sesquicentenário (bolso). Rio de Janeiro: RJ, FEB: 2007. Questão 621.
[9] KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 2ª ed. de bolso. Rio de Janeiro: RJ, FEB: 1999. Capítulo XIII, item 10.