segunda-feira, 14 de maio de 2007

Enfermidade na Família

Invariavelmente, ninguém há, na experiência terrena, liberado dos problemas da matéria com suas peculiaridades, com seu transformismo, na marcha longa na qual se processa a evolução.

As alterações orgânicas se apresentam ao lado das preocupações que as pessoas mantêm, em nome do impositivo da conservação.

É admissível que, significando padecimento, o homem abomine a dor, renegue o sofrimento e se agaste com as moléstias que, desafiadoras, muitas vezes abrem caminho para o decesso físico.

Não obstante todo o conjunto de tormentas que os padecimentos corporais impõem às criaturas, não podemos esquecer o caráter redentor que orla o desequilíbrio orgânico, quanto o transtorno psíquico.

É assim que, no seio da família espírita e, de resto, na família cristã, a doença deverá ser vista de modo mais coerente com a filosofia de vida que o Espiritismo nos enseja.

Por entender que ninguém sofre dores quaisquer por acaso, consciente de que todos os processos enfermiços guardam relação com as necessidades de renovação íntima, clara ficará a urgência de maior soma de maturidade perante os seus aguilhões.

Consoante tais entendimentos, viva o indivíduo espírita com a nobreza que as orientações do Consolador propicia, em face das descompensações da saúde somática.

Nenhum argumento do mundo será superior à compreensão das leis de causa e efeito.

Nenhuma ponderação deverá suplantar a absoluta certeza da perfeição das Leis do Criador.

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Não se utilize o lidador espírita, quando enfermo ou à frente da doença de algum ente querido, dos ademanes que engabelam, que impressionam, mas que nada resolvem, ante a proeminência da Misericórdia associada à Justiça que emana de Deus.

Não se permita as beberagens estranhas, nem as fitas, carvões, copos d’água ou tesouras abertas. Afaste das suas relações espirituais as estatuetas místicas do Buda ou de elefantes de costas voltadas para as entradas da casa. Desligue-se das figas e dos ramos aromáticos ou das defumações, mantendo-se fiel ao pensamento espírita e à certeza do cumprimento da Lei sublime dos Céus.

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Ao lado do atendimento médico responsável, a fluidoterapia dos passes, a água fluidificada, a oração intercessória e a busca da própria paz, por meio da mudança da polaridade mental, acabarão por atingir o ponto onde se localiza o foco da doença. Além disso, somente a indiscutível confiança no amor de Deus.

É dessa maneira que, conscientizados do papel da dor, da necessidade da sua redenção, os espiritistas adoecidos em sua família encontrarão ensejo de amadurecer reflexões, reconsiderar velhos comportamentos, a fim de altera-los para melhor, restabelecer seu encontro com a harmonia da alma a se refletir na dinâmica celular do corpo fisiológico, que se faz fulgurante bênção divina no campo das árduas pelejas humanas.

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Enfermidade na família é ensejo de reerguimento do enfermo, mas, sem dúvida, trata-se de elemento impulsionador do aprendizado, como do amadurecimento e da disciplina moral de todos os familiares.

Revoltas contra Deus? Jamais, porque será demonstração de infantilidade.

Amargura intérmina? Nunca, pois indicará infortunada associação às faixas de piora, com maiores transtornos.

Desilusões caprichosas? Por quê? Deus é o Amor e a Verdade que a todos nos atende de acordo com as nossas necessidades e méritos.

A confiança em Deus não deverá ser um adorno para quando tudo esteja bem, dentro dos padrões humanos. Outrossim, será luz a fulgir em todos os momentos da vida dos seres, conferindo-lhes euforia íntima para a superação de todos os problemas da saúde nossa ou dos nossos, emancipando-nos para sempre, valendo-nos das pelejas doloridas de agora.

Família espírita...

Mesmo na quadra difícil da enfermidade, mantenha o seu comportamento espírita.

Thereza de Brito

Bons estudos!
Carla e Hendrio

Referência:
TEIXEIRA, J. R. "Vereda Familiar". Pelo Espírito Thereza de Brito. 5ª ed. Niterói, RJ: Fráter, 2004, capítulo 26.

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