Quando te preparavas para o labor reencarnacionista e dispunhas de visão lúcida, mediante a qual podias discernir em relação ao próprio futuro, rogaste a soma das aflições redentoras que ora chegam em abençoadas provações.
Não obstante o programa expiatório relativo às arbitrariedades e cometimentos infelizes perpetrados antes, que se faziam imperioso regularizar, solicitaste a oportunidade de sofrer sem revolta nem alucinação novas cargas de padecimentos, como advertências a fim de que não tombasses em resvaladouros mais profundos ou compromissos mais inditosos...
Mesmo depois do mergulho nas vestes físicas, quando em parcial desdobramento pelo sono, ouvindo os nobres Instrutores Desencarnados entretecendo comentários sobre a vida imperecível e feliz, voltaste a instar pelos sofrimentos de que dizias necessitar, para não sucumbires ante o ópio letal das tentações...
Preferiste o auxílio da soledade e da amargura às facilidades perigosas e às plenitudes anestesiantes, no firme propósito de edificação da ventura.
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Levanta, portanto, o ânimo e faze cantar o amor e luzir a caridade, enquanto te transformes em mensagem viva de otimismo e de esperança para os que se encontram menos aparelhados para o triunfo, quiçá menos sofridos, também, mas que não possuem as tuas fortunas de fé.
Trabalha, infatigavelmente, pelo teu próximo, apesar das rudes ânsias do coração e das duras penas do teu silêncio, vencendo cada dia uma etapa nova, na rota do teu avançar e crescer.
Não são todas as tuas dores expiação lapidante.
São prêmio, também, para a tua ascensão, por enquanto desafio que te compete superar.
Mediante austeras disciplinas da mente, da vontade e do corpo sobrepairarás em todos os impositivos causticantes de agora.
Exulta e não chores mais as provas solicitadas, embora a ausência de lágrimas nos teus olhos requeimados.
Não permitas que te vejam as paisagens íntimas, assinaladas de tristeza.
Quanto mais passamos ignorados melhor crescemos e nos adiantamos.
Que todos de ti exijam sem dar-te, tornando-se, sem o perceberem, sicários seguros e constantes fiscais que te não desculpam, mas sempre te impõem.
Não reclames, não recalcitres, não os decepciones.
A ti não te permitas vacilações ou desculpas, enquanto que a eles sim, faculta-lhes ser o que são ou preferem ser.
Se te analisam e são severos para contigo, estão no papel que se atribuíram.
Se te perturbam e molestam, desenvolvem o programa com que se afinam.
Se não te amam e te amarguram, são instrumentos do teu aprimoramento, sem o saberem.
Tu, não!
Renasceste para a sinfonia do amor e do trabalho, aliás, como todos, mesmo os que retardam esse momento.
Conheces Jesus!
Segue-O, então, resoluto, sabendo que O encontrarás, após vencida esta etapa com que te apressas a evolução, após superadas as tuas aspirações e estas outras dores que solicitaste resgatar em clima de urgência para a tua mais rápida liberação.
Joanna de Ângelis
FRANCO, Divaldo P. "Rumos Libertadores". Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL, 1978. Capítulo 53
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