Platão, indicando a origem "do alto" das ideias,
e seu discípulo Aristóteles, o empírico, apontando para a Terra,
na pintura "A Escola de Atenas", de Rafael (1483-1520)
e seu discípulo Aristóteles, o empírico, apontando para a Terra,
na pintura "A Escola de Atenas", de Rafael (1483-1520)
Como Jesus, também Sócrates não deixou obras escritas, tendo suas ideias sido propagadas através de seu discípulo Platão. O Codificador, no mesmo item supracitado, apresenta um “Resumo da Doutrina de Sócrates e Platão”, comparando-a com o Cristianismo e Espiritismo. Nos itens 4 e 5, destaca-se o princípio da reencarnação. Exemplificando o item 5, Platão diz: “Após a nossa morte, o gênio, que nos fora designado durante a vida, leva-nos a um lugar onde se reúnem todos os que têm de ser conduzidos ao Hades, para serem julgados. As almas, depois de haverem estado no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida em múltiplos e longos períodos.” Kardec a comenta nos seguintes termos: “É a doutrina dos Anjos guardiães, ou Espíritos protetores, e das reencarnações sucessivas, em seguida a intervalos mais ou menos longos de erraticidade.”
Na obra Fédon, em que o jovem Fédon relata seu testemunho nos últimos momentos de Sócrates antes de sua execução, Sócrates pondera: “Investiguemos, então, se é forçoso que tudo o que tenha algum contrário de nada mais possa originar-se a não ser desse mesmo contrário. Por exemplo: para ficar grande alguma coisa, é preciso que antes fosse pequena, sem o que não poderia aumentar.” Este continua: “Desse modo, ficamos também de acordo que tanto os vivos provêm dos mortos como os mortos dos vivos. Sendo assim, quer parecer-me que apresentamos um argumento bastante forte para afirmar que as almas dos mortos terão necessariamente de estar em alguma parte, de onde voltam a viver.” A reminiscência, destacada por Platão, corrobora o princípio da reencarnação, como é dito na mesma obra: “É também, Sócrates, voltou Cebete a falar, o que se conclui daquele outro argumento – se for verdadeiro – que costumas apresentar, sobre ser reminiscência o conhecimento, conforme o qual nós devemos forçosamente ter aprendido num tempo anterior o de que nos recordamos agora, o que seria impossível, se nossa alma não preexistisse algures, antes de assumir a forma humana. Isso vem provar que a alma deve ser algo imortal.”
Bons estudos!
Carla e Hendrio
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