segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dia de Finados

Em “O Livro dos Espíritos” [1], Kardec pergunta, às questões 321 e 321-a, se o Dia de Finados é, para os Espíritos desencarnados, mais solene do que os outros dias. Os Espíritos Benfeitores respondem nos seguintes termos: “Os Espíritos acodem nesse dia ao chamado dos que da Terra lhes dirigem seus pensamentos, como o fazem noutro dia qualquer. Nesse dia, em maior número se reúnem nas necrópoles, porque então também é maior, em tais lugares, o das pessoas que os chamam pelo pensamento. Porém, cada Espírito vai lá somente pelos seus amigos e não pela multidão dos indiferentes.”

Os Espíritos desencarnados não dão apreço ao dia em si, mas ao pensamento que lhes dirigem. Neste dia, se reúnem em maior número porque maior número de pessoas pensam neles.

O Espírito Charles Nodier, respondendo a questionamentos na Revista Espírita de dezembro de 1860 [2], quanto a se há Espíritos que sofrem por se sentir abandonados enquanto que outros têm amigos e parentes que lhes vêm dar um sinal de lembrança, responde: “Não há pessoas piedosas que oram por todos os mortos em geral? Pois bem! Essas preces retornam ao Espírito esquecido, são para eles o maná celeste que cai para o preguiçoso como para o homem ativo; a prece é para o conhecido como para o desconhecido: Deus a reparte igualmente, e os bons Espíritos que dela não têm mais necessidade a revertem para aqueles que ela pode ser necessária.”


Emmanuel nos brinda, no livro "Retornaram contando" [3], psicografado por Francisco Cândido Xavier, com uma mensagem a respeito do assunto. Reflitamos:

Eles Vivem

Ante os que partiram, precedendo-te na Grande Mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração.
Eles não morreram. Estão vivos.
Compartilham-te as aflições, quando te lastimas sem consolo.
Inquietam-se com a tua rendição aos desafios da angústia, quando te afastas da confiança em Deus.
Eles sabem igualmente quanto dói a separação.
Conhecem o pranto da despedida e te recordam as mãos trementes no adeus, conservando na acústica do Espírito as palavras que pronunciaste, quando não mais conseguiam responder às interpelações que articulaste no auge da amargura.
Não admitas estejam eles indiferentes ao teu caminho ou à tua dor.
Eles percebem quanto te custa a readaptação ao mundo e à existência terrestre sem eles e quase sempre se transformam em cireneus de ternura incessante, amparando-te o trabalho de renovação ou enxugando-te as lágrimas quando tateias a lousa ou lhes enfeita a memória perguntando por quê.
Pensa neles com saudade convertida em oração.
As tuas preces de amor representam acordes de esperança e devotamento, despertando-os para visões mais altas da vida.
Quanto puderes, realiza por eles, as tarefas em que estimariam prosseguir e tê-los-ás contigo por infatigáveis zeladores de teus dias.
Se muitos deles são teu refúgio e inspiração nas atividades a que te prendes no mundo,para muitos outros deles és o apoio e o incentivo para a elevação que se lhe faz necessária.
Quando te disponhas a buscar os entes queridos domiciliados no Mais Além, não te detenhas na terra que lhes resguarda as últimas relíquias da experiência no plano material.
Contempla os céus em que mundos inumeráveis nos falam da união sem adeus e ouvirás a voz deles no próprio coração, a dizer-te que não caminharam na direção da noite mas sim ao encontro de Novo Despertar.


Leia também, neste blog, as postagens “A Prece” e “Sintonia espiritual”.


Bons estudos!

Carla e Hendrio

Referências:

1. KARDEC, Allan. "O Livro dos Espíritos". 66ª ed. Rio de Janeiro: RJ, FEB: 1987.
2. KARDEC, Allan. “Revista Espírita de Dezembro de 1860”. 1ª Edição. São Paulo, SP: IDE. 1993. “O dia dos mortos”.
3. XAVIER, F. C. "Retornaram contando". Por Espíritos Diversos. IDE, 1984.

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