Pacto, segundo o dicionário [1], é um ajuste, convenção ou contrato. Este termo, ao longo da história, tem sido usado, muitas vezes, para designar o contrato com Espíritos maus, de forma fatal, definitiva e irrevogável. Vemos, no entanto, que esta é uma concepção restrita e particular do termo, que não exprime toda a sua significação.
Kardec, considerando essa acepção vulgar, pergunta, em “O Livro dos Espíritos” [2], a questão 549, se há algo de verdadeiro no pacto com os maus Espíritos. Os Espíritos Superiores respondem que o que existe é um ajuste de vontades para a prática do mal, “naturezas más que simpatizam com os maus Espíritos.” Respondendo a questão seguinte, os Espíritos Superiores esclarecem que: “Isto não quer dizer que sua alma fique para sempre condenada à infelicidade. (...) Coloca-se, por amor dos gozos materiais, na dependência de Espíritos impuros, estabelecendo-se entre eles um pacto silencioso que leva à perda do delinquente, mas que lhe será sempre fácil romper com a assistência dos bons Espíritos, desde o queira firmemente.”
Assim, o termo pacto não significa acordo definitivo, irrevogável, mesmo porque, o que é definitivo é o bem.
Por outro lado, na acepção de acordo, há vários exemplos de pactos para o bem. Destacamos um trecho da comunicação do Espírito São José, divulgada por Allan Kardec na Revista Espírita de dezembro de 1863 [3] (grifo nosso): “Eu vos digo, velai, orai, estendei a mão aos infelizes, abri os olhos que estão fechados; que vossos corações e vossos braços a todos se abram, sem exceção. Espíritas, vossa tarefa é bela! Que há de mais belo, de mais consolador que esse pacto de união entre os vivos e os mortos? Que imensos serviços nos poderemos prestar mutuamente! Por vossas preces a Deus, partidas do fundo do coração, muito podeis para o alívio das almas que sofrem e quão suave é o benefício ao coração de quem o pratica! Que tocante harmonia a das bênçãos que houverdes merecido! Ainda uma vez, orai elevando vossa alma ao céu e persuadi-vos de que cada uma de vossas preces será ouvida e atenuará uma dor.”
Outro exemplo de pacto para o bem, desta vez entre encarnados, mas com certeza com o apoio dos desencarnados, é o chamado “Pacto Áureo”, ocorrido em 05 de outubro de 1949, na cidade do Rio de Janeiro e “foi assim designado por representar a oportunidade de ouro para se promover a união e estimular o intercâmbio entre os espíritas. (...). A reunião foi dirigida pelo presidente da FEB Antônio Wantuil de Freitas, com a participação de representantes de Federações e Uniões de âmbito estadual: Federação Espírita Catarinense, Federação Espírita do Paraná, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, União Espírita Mineira, União Social Espírita de São Paulo (USE), e também da Liga Espírita do Brasil e da Comissão Executiva do Congresso Brasileiro de Unificação Espírita. Da Ata de 18 itens, destacamos o item 2: “A FEB criará um Conselho Federativo Nacional, permanente, com a finalidade de executar, desenvolver e ampliar os planos da sua atual Organização Federativa”. (...). Nestes 60 anos de “Pacto Áureo” é evidente o aperfeiçoamento do processo de união e de unificação, pois o Conselho Federativo Nacional congrega as Entidades Federativas Estaduais dos 27 Estados e do Distrito Federal e tem experimentado a prática da análise e da discussão para a elaboração de documentos normativos de recomendações ao Movimento Espírita.” [4]
Ainda sobre o Movimento Espírita, leia, neste blog, a postagem “Os Espíritas e o Movimento Espírita”.
Bons estudos!
Carla e Hendrio
Referências:
1. HOLANDA, Aurélio Buarque de. “Novo Dicionário Eletrônico Aurélio”. Versão 5.0 de 2004. Positivo Informática. Pacto.
2. KARDEC, Allan. “O Livro dos Espíritos”. 1ª ed. Comemorativa do Sesquicentenário do lançamento de O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 2007. Questões 549 e 550.
3. KARDEC, Allan. “Revista Espírita de dezembro de 1863”. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro, RJ. FEB 2004. “O Espiritismo na Argélia.”
4. CARVALHO, Antonio Cesar Perri de. “60 Anos de Pacto Áureo”. Seção Movimento Espírita da Página da Federação Espírita Brasileira. Disponível em http://www.febnet.org.br/site/movimento_brasil.php?SecPad=24&Sec=396. Acesso em 08.11.2009.
Kardec, considerando essa acepção vulgar, pergunta, em “O Livro dos Espíritos” [2], a questão 549, se há algo de verdadeiro no pacto com os maus Espíritos. Os Espíritos Superiores respondem que o que existe é um ajuste de vontades para a prática do mal, “naturezas más que simpatizam com os maus Espíritos.” Respondendo a questão seguinte, os Espíritos Superiores esclarecem que: “Isto não quer dizer que sua alma fique para sempre condenada à infelicidade. (...) Coloca-se, por amor dos gozos materiais, na dependência de Espíritos impuros, estabelecendo-se entre eles um pacto silencioso que leva à perda do delinquente, mas que lhe será sempre fácil romper com a assistência dos bons Espíritos, desde o queira firmemente.”
Assim, o termo pacto não significa acordo definitivo, irrevogável, mesmo porque, o que é definitivo é o bem.
Por outro lado, na acepção de acordo, há vários exemplos de pactos para o bem. Destacamos um trecho da comunicação do Espírito São José, divulgada por Allan Kardec na Revista Espírita de dezembro de 1863 [3] (grifo nosso): “Eu vos digo, velai, orai, estendei a mão aos infelizes, abri os olhos que estão fechados; que vossos corações e vossos braços a todos se abram, sem exceção. Espíritas, vossa tarefa é bela! Que há de mais belo, de mais consolador que esse pacto de união entre os vivos e os mortos? Que imensos serviços nos poderemos prestar mutuamente! Por vossas preces a Deus, partidas do fundo do coração, muito podeis para o alívio das almas que sofrem e quão suave é o benefício ao coração de quem o pratica! Que tocante harmonia a das bênçãos que houverdes merecido! Ainda uma vez, orai elevando vossa alma ao céu e persuadi-vos de que cada uma de vossas preces será ouvida e atenuará uma dor.”
Outro exemplo de pacto para o bem, desta vez entre encarnados, mas com certeza com o apoio dos desencarnados, é o chamado “Pacto Áureo”, ocorrido em 05 de outubro de 1949, na cidade do Rio de Janeiro e “foi assim designado por representar a oportunidade de ouro para se promover a união e estimular o intercâmbio entre os espíritas. (...). A reunião foi dirigida pelo presidente da FEB Antônio Wantuil de Freitas, com a participação de representantes de Federações e Uniões de âmbito estadual: Federação Espírita Catarinense, Federação Espírita do Paraná, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, União Espírita Mineira, União Social Espírita de São Paulo (USE), e também da Liga Espírita do Brasil e da Comissão Executiva do Congresso Brasileiro de Unificação Espírita. Da Ata de 18 itens, destacamos o item 2: “A FEB criará um Conselho Federativo Nacional, permanente, com a finalidade de executar, desenvolver e ampliar os planos da sua atual Organização Federativa”. (...). Nestes 60 anos de “Pacto Áureo” é evidente o aperfeiçoamento do processo de união e de unificação, pois o Conselho Federativo Nacional congrega as Entidades Federativas Estaduais dos 27 Estados e do Distrito Federal e tem experimentado a prática da análise e da discussão para a elaboração de documentos normativos de recomendações ao Movimento Espírita.” [4]
Ainda sobre o Movimento Espírita, leia, neste blog, a postagem “Os Espíritas e o Movimento Espírita”.
Bons estudos!
Carla e Hendrio
Referências:
1. HOLANDA, Aurélio Buarque de. “Novo Dicionário Eletrônico Aurélio”. Versão 5.0 de 2004. Positivo Informática. Pacto.
2. KARDEC, Allan. “O Livro dos Espíritos”. 1ª ed. Comemorativa do Sesquicentenário do lançamento de O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 2007. Questões 549 e 550.
3. KARDEC, Allan. “Revista Espírita de dezembro de 1863”. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro, RJ. FEB 2004. “O Espiritismo na Argélia.”
4. CARVALHO, Antonio Cesar Perri de. “60 Anos de Pacto Áureo”. Seção Movimento Espírita da Página da Federação Espírita Brasileira. Disponível em http://www.febnet.org.br/site/movimento_brasil.php?SecPad=24&Sec=396. Acesso em 08.11.2009.
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