domingo, 12 de julho de 2009

"O amor cobre uma multidão de pecados."

Conforme a primeira epístola de Pedro (I Pedro, 4:8), “o Amor cobre uma multidão de pecados”, podemos resgatar, através da prática do Bem, o mal praticado em outras instâncias.

No Capítulo VI de “O Céu e o Inferno”, o Codificador discorre sobre a não existência de penas eternas. Não há um determinismo inflexível no planejamento reencarnatório. O objetivo do Criador é que cumpramos com sabedoria a sua Lei.

Jesus, em Mateus 9:13, corrobora a citação de Oséias 6:6, quando diz: “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios. Pois eu não vim chamar os justos, e, sim, os pecadores ao arrependimento” (leia, também, a respeito dessas duas citações bíblicas, a postagem "Reconciliação", neste blog).

Na Obra “Ação e Reação”*, o companheiro de estudos de André Luiz, Hilário, ao interpelar sobre se há um determinismo de ordem absoluta, recebe o esclarecimento do instrutor Sânzio: “Sim, nas esferas primárias da evolução, o determinismo pode ser considerado irresistível. E o mineral obedecendo a leis invariáveis de coesão e o vegetal respondendo, fiel, aos princípios organogênicos, mas, na consciência humana, a razão e a vontade, o conhecimento e o discernimento entram em função nas forças do destino, conferindo ao Espírito as responsabilidades naturais que deve possuir sobre si mesmo. Por isso, embora nos reconheçamos subordinados aos efeitos de nossas próprias ações, não podemos ignorar que o comportamento de cada um de nós, dentro desse determinismo relativo, decorrente de nossa própria conduta, pode significar liberação abreviada ou cativeiro maior, agravo ou melhoria em nossa condição de almas endividadas perante a Lei.” André Luiz questiona se isso se aplica mesmo às piores posições expiatórias, e recebe a orientação: “Como não? – falou o Ministro, generoso – imaginemos um delinqüente monstruoso, segregado na penitenciária. Acusado de vários crimes, permanece privado de toda e qualquer liberdade na enxovia comum. Ainda assim, na hipótese de aproveitar o tempo no cárcere, para servir espontaneamente à ordem e ao bem-estar das autoridades e dos companheiros, acatando com humildade e respeito as disposições da lei que o corrige, atitude essa que resulta de seu livre arbítrio para ajudar ou desajudar a si mesmo, a breve tempo esse prisioneiro começa por atrair a simpatia daqueles que o cercam, avançando com segurança para a recuperação de si mesmo.”

O esquema abaixo demonstra como uma resolução de melhoria pode afetar um planejamento reencarnatório.



Um exemplo prático é retratado pelo Espírito Hilário Silva, no capítulo 20 do livro "A Vida Escreve"**, no qual descreve o fato de Saturnino Pereira que, ao perder o dedo junto à máquina de que era condutor, se fizera centro das atenções: como Saturnino, sendo espírita e benévolo para com todas as pessoas, pôde perder o dedo? Parecia um fato que ia de encontro com a Justiça Divina. Contudo, à noite, em reunião íntima no Centro Espírita que freqüentava, o orientador espiritual revelou-lhe que numa encarnação passada havia triturado o braço do seu escravo num engenho rústico. O orientador espiritual assim lhe falou: "Por muito tempo, no Plano Espiritual, você andou perturbado, contemplando mentalmente o caldo de cana enrubescido pelo sangue da vítima, cujos gritos lhe ecoavam no coração. Por muito tempo, por muito tempo... E você implorou existência humilde em que viesse a perder no trabalho o braço mais útil. Mas, você, Saturnino, desde a primeira mocidade, ao conhecer a Doutrina Espírita, tem os pés no caminho do bem aos outros. Você tem trabalhado, esmerando-se no dever... Regozije-se, meu amigo! Você está pagando, em amor, seu empenho à justiça..."

Veja também, neste blog, em relação ao tema, as postagens Penas ‘Eternas’”, Pecado — Hamartia — Peccatu”, “A lei de talião”, “Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”, “Tranquilidade no Retorno à Pátria Espiritual” e “Considerações sobre o aborto induzido”.


Bons estudos!
Carla e Hendrio


* XAVIER, Francisco Cândido. “Ação e Reação”. 19ª ed. Rio de Janeiro: RJ, FEB, 1998. Cap. 7.
** XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. “A Vida Escreve”. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1986.

8 comentários:

  1. A doutrina esclarecedora e consoladora de Jesus 🙏

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  2. Excelente blog! Auxilia muito nas pesquisas! Parabéns!

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  3. Parabéns pelo texto. Um reconhecimento muito especial à criatividade de vocês ao elaborar o gráfico, adorei. Com a permissão de vocês gostaria de colocar em uma palestra com a devida menção a autoria de vocês e o link do blog, posso? Muito obrigado e, novamente, parabéns pela criatividade.

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    1. Prezado Paulo, agradecemos pelas palavras de incentivo ao estudo doutrinário.

      Conforme indicamos em nosso Blog, os estudos aqui publicados estão sob a licença Creative Commons BY-NC-SA: apenas uso não comercial do material é permitido; deve ser dado crédito ao site autor e adaptações ao material devem seguir os mesmos termos da licença. Atendidos esses quesitos, o material pode ser utilizado na palestra.

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