quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Considerações sobre a pluralidade das existências

A pluralidade das existências explica as desigualdades entre os homens e corrobora a Justiça Divina. É um preceito conhecido há milênios na Humanidade, entre indianos, egípcios, gregos e judeus (vide também as postagens A reencarnação na Bíblia; Platão e a reencarnação e Nascer de água, neste Blog).

Kardec comenta, em “O Livro dos Espíritos”, em várias oportunidades, esta visão. Exemplificando, temos:

  • Comentários à questão 171: “Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova. (...) A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à ideia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam.”;
  • Comentários à questão 199-a: “Se uma única existência tivesse o homem e se, extinguindo-se-lhe ela, sua sorte ficasse decidida para a eternidade, qual seria o mérito de metade do gênero humano, da que morre na infância, para gozar, sem esforços, da felicidade eterna e com que direito se acharia isenta das condições, às vezes tão duras, a que se vê submetida a outra metade? Semelhante ordem de coisas não corresponderia à justiça de Deus. Com a reencarnação, a igualdade é real para todos. O futuro a todos toca sem exceção e sem favor para quem quer que seja. Os retardatários só de si mesmos se podem queixar. Forçoso é que o homem tenha o merecimento de seus atos, como tem deles a responsabilidade.”;
  • Extrato do item 222: “Reconheçamos, portanto, em resumo, que só a doutrina da pluralidade das existências explica o que, sem ela, se mantém inexplicável; que é altamente consoladora e conforme a mais rigorosa justiça; que constitui para o homem a âncora de salvação que Deus, por misericórdia, lhe concedeu.”;
  • Questão 617: “As leis divinas, que é o que compreendem no seu âmbito? Concernem a alguma outra coisa, que não somente ao procedimento moral? Resposta: “Todas as da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o autor de tudo. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem estuda e pratica as da alma.” a) — Dado é ao homem aprofundar umas e outras? Resposta: “É, mas uma única existência não lhe basta para isso.” Comentários de Kardec: “Efetivamente, que são alguns anos para a aquisição de tudo o de que precisa o ser, a fim de se considerar perfeito, embora apenas se tenha em conta a distância que vai do selvagem ao homem civilizado? Insuficiente seria, para tanto, a existência mais longa que se possa imaginar. Ainda com mais forte razão o será quando curta, como é para a maior parte dos homens.”




Leia, também, as postagens “Considerações sobre a pluralidade das existências (2)”, “A lei de talião”, “Evolução Espiritual de Longo Prazo” e “Tranquilidade no Retorno à Pátria Espiritual”, neste blog.


Bons estudos!
Carla e Hendrio


Referências:

KARDEC, Allan. “O Livro dos Espíritos”. 66ª ed. Rio de Janeiro: RJ, FEB: 1987.

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